ORIGINÁRIAS
uma antologia FEMININA de literatura indígena
2023_best books of the year | quatro cinco um_THe magazine of books
organization | Mauricio Negro AND TRUDRUÁ DORRICO
book cover | illustrations | Mauricio Negro
PREFACE TRUDRUÁ DORRICO texts Auritha Tabajara, Bruna Karipuna, Chirley Maria Pankará, Eliane Potiguara, Glicéria Tupinambá, Lidiane Damaceno Krenak, Márcia Mura, Naine Terena, Simone Karajá, Telma Taurepang, Trudruá Dorrico e Vanessa Kaingang back cover text Mauricio Negro
A recém-lançada antologia reúne histórias escritas por doze mulheres de diferentes nações indígenas. Os contos e os recontos que os leitores encontram na publicação organizada por Mauricio Negro e Trudruá Dorrico trazem perspectivas subjetivas e intersubjetivas, segundo a tradição e expressão de cada tradição, lastreadas pela observação da natureza, dos sonhos, vivências comunitárias, memórias ancestrais e leituras contemporâneas, registros naturais e sobrenaturais, valores e costumes transmitidos pelos tempos e territórios, atualizados por uma geração para a outra.
Nas histórias há aventura, relações familiares, encontros amorosos, informações históricas, contos de origem, pitadas de sabedoria, entre outros recortes. Acompanham ainda textos informativos sobre o povo de origem de cada autora, um pequeno glossário e suas respectivas biografias. A obra é um deleite todas as pessoas que acompanham a produção literária contemporânea, particularmente interessadas na diversidade brasileira e atentas ao protagonismo feminino.
Publicada pela Companhia das Letrinhas, a antologia traz em bicromia as ilustrações de Mauricio Negro, que conversam com as narrativas das tradições culturais ou matizes das etnias Tabajara, Karipuna, Pankará, Omágua-Kambeba, Tupinambá, Krenak, Buhuaren-Mura, Kinikinau, Iny Mahadu-Karajá, Taurepang, Macuxi e Kaingang.
This newly released anthology brings together stories written by twelve women from different indigenous nations. The stories and retellings that readers find in this publication organized by Mauricio Negro and Trudruá Dorrico bring subjective and intersubjective perspectives, according to the tradition and expression of each tradition, supported by the observation of nature, dreams, community experiences, ancestral memories and contemporary readings, natural and supernatural records, values and customs transmitted throughout times and territories, updated by one generation to the next.
In the stories there is adventure, family relationships, romantic encounters, historical information, origin tales, hints of wisdom, among other highlights. There is also included informative texts about each author's origin, a small glossary and their respective biographies. The book is a delight to all people who follow contemporary literary production, particularly interested in Brazilian diversity and attentive to female protagonism.
Published by Companhia das Letrinhas, the anthology features bichromatic illustrations by Mauricio Negro, which dialogue with the twelve traditional narratives or nuances of the Tabajara, Karipuna, Pankará, Omágua-Kambeba, Tupinambá, Krenak, Buhuaren-Mura, Kinikinau, Iny Mahadu-Karajá, Taurepang, Macuxi and Kaingang Peoples.
Os proponentes e organizadores da antologia foram os autores-artistas, pesquisadores e ativistas da causa indígena, literária e socioambiental Trudruá Dorrico e Mauricio Negro. A coletânea reúne doze histórias assinadas por diferentes autoras, guardiãs da memória e sabedoria de suas nações e tradições originárias. São histórias que inspiram, respiram e transpiram, enquanto renovam a relação orgânica entre o princípio feminino e os ciclos naturais.
Pachamama, para os povos indígenas andinos. Cōātlīcue, para os astecas. Yãkõdã, para a nação paiter suruí. Yvy Marãey, para a cultura guarani. Etu'I, para o povo xavante. Dyukaha, para a etnia karajá. Omama, para os yanomami. São muitas as expressões e, ainda mais, as pressões sobre a Mãe Terra.
Diante da degradação dos biomas e das alterações climáticas, nunca foi tão indispensável fertilizar narrativas, promover confluências, rever paradigmas, retomar os ciclos naturais e reativar os vínculos com a nossa Mãe Terra, para garantir as condições de vida para nós e às futuras gerações de povos indígenas e não indígenas.
Auritha Tabajara, Bruna Karipuna, Chirley Maria Pankará, Eliane Potiguara, Glicéria Tupinambá, Lidiane Damaceno Krenak, Márcia Mura, Naine Terena, Simone Karajá, Telma Taurepang, Trudruá Dorrico e Vanessa Kaingang são as autoras de ORIGINÁRIAS: uma antologia FEMININA de literatura indígena, ilustradas por Mauricio Negro, que privilegiam a fertilidade, ancestralidade e identidade representadas pelo preto da terra; e o verde, para as florestas, lavrados, cerrados, mangues e pampas. territórios cujos marcos transcendem o tempo e os espaços.
Auritha Tabajara, Bruna Karipuna, Chirley Maria Pankará, Eliane Potiguara, Glicéria Tupinambá, Lidiane Damaceno Krenak, Márcia Mura, Naine Terena, Simone Karajá, Telma Taurepang, Trudruá Dorrico, and Vanessa Kaingang are the authors of ORIGINÁRIAS: uma antologia FEMININA de literatura indígena, illustrated by Mauricio Negro, wich privileges fertility, ancestry, and identity represented by the black of the earth; and green, for the forests, farmlands, savannas, mangroves, and grasslands. territories whose landmarks transcend time and spaces.
"Originárias, uma antologia feminina de literatura indígena reúne histórias narradas por doze mulheres indígenas herdeiras e, portanto, guardiãs da memória e da sabedoria de suas nações e tradições originárias. Histórias vivas que inspiram, respiram e transpiram, enquanto renovam a relação orgânica entre o princípio feminino e os ciclos naturais. A paisagem, feita de sangue e seiva, pauta as ilustrações que acompanham as narrativas. Além da fertilidade, ancestralidade e identidade representadas pelo preto da terra, há o verde das florestas, dos lavrados, dos cerrados, dos mangues, dos pampas, dos territórios cujos marcos transcendem o tempo e os espaços."
"Originárias, a feminine anthology of indigenous literature brings together stories narrated by twelve indigenous women who are heirs and, therefore, guardians of the memory and wisdom of their native nations and traditions. These are living stories that inspire, breathe, and perspire, renewing the organic relationship between the feminine principle and the natural cycles. The landscape, made of blood and sap, sets the tone for the illustrations that accompany the narratives. In addition to the fertility, ancestry, and identity represented by the black earth, there is the green of the forests, the grasslands, the cerrados, the mangroves, the pampas, and the territories whose landmarks transcend time and space."
Mauricio Negro
NóS
uma antologia de literatura indígena
2021_Selection ONU | #SDG Book Club | Sustainable Development Goals
2020_The White Ravens (germany)
2020_Figueiredo Pimentel FNLIJ Award | best retelling 2019
2019_FNLIJ selection | brazilian catalog | 57TH Bologna Children's Book Fair
2019_Selection award | Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio
2019_Expo Literatur Der Indigenen Völker Brasiliens | Illustra Labor: Anabella López, Ciça Fittipaldi, Mariana Zanetti, Mauricio Negro, Patricia Scheld and Rita Carelli | Frankfurter Buchmesse (germany)
ORGANIZATION | Mauricio Negro
book cover | illustrations | Mauricio Negro
preface Mauricio Negro texts Lia Minápoty, Aline Ngrenhtabare L. Kayapó, Jaime Diakara, Ariabo Kezo, Edson Krenak, Tiago Hakiy, Edson Kayapó, Estevão Carlos Taukane, Cristino Wapichana, Jerá Poty Mirim, Rosi Waikhon E Yaguarê Yamã back cover text Daniel Munduruku
A menina Yacy-May era tão especial que fez com que o sol se apaixonasse por ela, deixando a lua enciumada. O peixe-boi surgiu a partir da união de Guaporé, filho do grande chefe dos peixes, com Panãby’piã, filha do governante dos Maraguá, e sinalizou a paz entre os humanos e os peixes. A velha misteriosa Pelenosamo tem um dia a casa invadida por uma garota curiosa, que resolve investigar o que ela fazia com os galhos secos que sempre levava recolhia e não dividia com ninguém.
Essas são algumas prévias das histórias reunidas nesta antologia, organizada e ilustrada por Mauricio Negro, que apresenta 10 narrativas contadas ou recontadas por escritores das nações indígenas Mebengôkre Kayapó, Saterê-Mawé, Maraguá, Pirá-Tapuya Waíkhana, Balatiponé, Wapichana, Umuku Mahsa Dessana, Guarani Mbyá, Krenak e Kurâ Bakairi.
Tratando dos mais diversos temas — dos mitos de origem às histórias de amor impossível —, as narrativas conduzem o leitor por situações e desenlaces muito próprios, sempre acompanhadas por um glossário e um texto informativo sobre o povo indígena de origem de cada autor. A obra destina-se a todos aqueles que desejam entrar em contato com as raízes culturais mais profundas, ainda pouco valorizadas e respeitadas, por puro desconhecimento.
The girl Yacy-May was so special that she made the sun fall in love with her, making the moon jealous. The manatee emerged from the union of Guaporé, son of the great fish chief, with Panãby'piã, daughter of the ruler of the Maraguá, and signaled peace between humans and fish. The mysterious old woman Pelenosamo has her house invaded one day by a curious girl, who decides to investigate what she was doing with the dry branches that she always took and collected and did not share with anyone.
These are some previews of the stories gathered in this anthology, organized and illustrated by Mauricio Negro, which features 10 narratives told or retold by writers from the indigenous nations Mebengôkre Kayapó, Saterê-Mawé, Maraguá, Pirá-Tapuya Waíkhana, Balatiponé, Wapichana, Umuku Mahsa Dessana, Guarani Mbyá, Krenak and Kurâ Bakairi.
Covering a wide range of themes — from origin myths to impossible love stories —, the narratives guide the reader through unique situations and outcomes, always accompanied by a glossary and an informative text about the specific indigenous tradition. This book is intended for all those who wish to connect with the deepest cultural roots, still undervalued and unrespected due to ignorance.
"O que importa é a nossa origem: o coração do Mistério, para onde também retornaremos. É tudo isso que a leitura dessas narrativas desperta. Para senti-las, temos de aprender a ler o silêncio que habita cada ser e ser o silêncio que nos habita."
"What matters is our origin: the heart of the Mystery, to where we will also return. This is what reading these narratives awakens. To feel them, we must learn to read the silence that dwells within each being and be the silence that dwells within us."
Daniel Munduruku
escritor, educador, ator e militante indígena brasileiro originário do Povo Munduruku
texto de quarta capa | NÓS: uma antologia de literatura indígena
Nós _Uma antologia de literatura indígena é uma obra literária que pelo título valoriza um pronome cosmológico, em referência coletiva. No prefácio há um esclarecimento essencial: Afinal, quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos? Os indígenas são aqueles que de fato pertencem ao lugar. Nativos, como dizem. Gente da terra, com a qual mantêm uma relação de profunda dependência, interação, respeito e parentesco. Índio, caipira, caboclo, caiçara, ribeirinho, quilombola, camponês, interiorano — cada qual sob sua cultura. […] Embora sejam brasileiros, os dez escritores que assinam as narrativas desta coletânea são antes Mebengôkré Kayapó, Saterê-Mawé, Maraguá, Pirá-Tapuya Waikhana, Balatiponé Umutina, wapichana, Umuko Masá Desana, Guarani Mbyá, Krenak e Kurá-Bakairi.
Os indígenas brasileiros não são um bloco monolítico, mas povos tão distintos entre si quanto os diversos povos da América. Reconhecer-se e ser reconhecido em sua singularidade tem sido objetivo do projeto de literatura indígena. Em um país miscigenado, cuja tradição cultural é resultado da interculturalidade, como negar ao indivíduo a sensação de pertencimento, por meio de uma ilustração, uma prática, um rol de palavras?
Nós _An anthology of indigenous literature is a literary work that through its title values a cosmological pronoun, referring to the collectiveness. In the preface, there is an essential elucidation: After all, who are we? Where do we come from? Where are we going? The indigenous people are those who truly belong to the place. Natives, as they say. People of the land, with whom they maintain a relationship of profound dependence, interaction, respect, and kinship. Indigenous, hillbilly, caboclo, caiçara, riverside dweller, quilombola, peasant, rural dweller—each with their own culture. [...] Although they are Brazilian, the ten writers who sign the narratives in this collection are first and foremost Mebengôkré Kayapó, Saterê-Mawé, Maraguá, Pirá-Tapuya Waikhana, Balatiponé Umutina, Wapichana, Umuko Masá Desana, Guarani Mbyá, Krenak, and Kurá-Bakairi.
Brazilian indigenous peoples are not a monolithic block, but peoples as different from each other as the different peoples of America. Recognizing oneself and being recognized in one's uniqueness has been the objective of the indigenous literature project. In a miscegenated country, whose cultural tradition is the result of interculturality, how can you deny the individual the feeling of belonging, through an illustration, a practice, a list of words?
_CLIQUE AQUI PARA LER O ARTIGO:
MAÍRA LACERDA é Designer e ilustradora. Professora no Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF, com doutorado em Design pela PUC-Rio. Prêmio de tese pelo Museu da Casa Brasileira. Pesquisa os livros para crianças e jovens e a formação visual do leitor no laboratório LINC-Design.
NILMA LACERDA é Escritora, tradutora, professora, recebeu os prêmios Jabuti, Rio, Brasília de Literatura Infantojuvenil, entre outros. Trabalhou em várias universidades públicas, é colaboradora da UFF. Exerce a crítica de literatura para crianças e Jovens e mantém um Diário de navegação da palavra escrita na América Latina.
COLOUR OF PEOPLE
Mauricio Negro
2018_Editor’s Choice | Children’s Books Ireland Reading Guide
2019_Jabuti Award finalist | Brazilian BOOK PUBLISHED Abroad
Originally published in Brazil, this beautiful wordless picture book takes a playful look at the idea of race, and shows us that we are all the same – whatever colour we happen to be. Difference is only skin deep. People come in different colours. But no matter what they look like, people all eat when they’re hungry, shiver when they’re cold, smile when they’re happy.
Mauricio Negro is a Brazilian graphic artist, illustrator and writer. He has collaborated on over one hundred books by Brazilian and foreign writers for more than twenty years. He uses natural pigments, recycled material, organic elements and technology to create his work.
“This is the perfect discussion starter for younger children about race, especially as it introduces the topic in a light-hearted way, with a simple and important message at its heart. I liked the simple, playful illustrations from Colour of People, the fact that it is a wordless book so you can make your own interpretations and conclusions, the message at the heart of the book; that we are all more similar than we are different.”
CHRISTINA CHRIKARU | CHICARU READS
Teacher, librarian, book blogger and language-learning enthusiast.
"A stunning book – a book for all mankind."
Patricia Forde, author of The Wordsmith
"A thought-provoking and innovative way to introduce children to the concept of diversity."
Immigrant Council of Ireland
"Extraordinarily simple and complex all at once, silently shouting a basic truth about the human condition: we are all different, we are all the same."
Marie-Louise Fitzpatrick, award-winning picture book author/artist
"A powerful wordless exploration of the paradigms surrounding skin colour, Colour of People gently breaks the barriers of racism and invites readers to question their own human connections."
Tarsila Kruse, picture book artist
"Playful without being didactic, this is one every school library should have."
Children’s Books Ireland Reading Guide 2018
Gente de cor cor de gente
Mauricio Negro
2021_ONU Selection | #SDG Book Club | sustainable development Goals
2020_Book of the month (september) | clube de leitura quindim
2019_Jabuti Award Finalist | Brazilian Book Published Abroad
2018_PNLD Literário Selection 2019 | MEC-FNDE
2018_Jabuti Award Finalist | Illustration, Children and Youth, Print
"Gente de Cor, Cor de GentE, publicado pela editora FTD, parte de outra expressão com conotação pejorativa: “gente de cor”. Nele, cada página dupla exibe dois meninos lado a lado, um negro e outro com pele que pode ser branca, azul, verde, rosa, laranja…
Ambos passam pelas mesmas situações: sentem frio, fome, raiva, ficam doentes ou tomam sol. Sem qualquer palavra, a obra é uma sequência de ilustrações coloridas e cheias de expressão que conseguem levantar discussões profundas como racismo, discriminação, preconceito e diversidade de maneira simples e, por que não, divertida, principalmente ao brincar nas imagens com expressões como “verde de fome”, “azul de frio”, “sorriso amarelo” ou “branco de susto”.
Fugindo de um didatismo moralizante, os desenhos deixam o leitor encucado: o que realmente diferencia os dois garotos das páginas? Se vivem na pele as mesmas questões, se reagem da mesma maneira e se o sangue deles é igual, como podemos ver na cena em que cortam o dedo (a ilustração abre este texto), o que seria então “coisa de preto”? Não deveria ser coisa de gente? Assim como todo mundo é “gente de cor”, cada qual com a sua cor de gente?
Não é difícil chegar a um discurso de igualdade ou mostrar às crianças que todos sentimos frio e medo ou que passamos pelas mesmas angústias e felicidades, independentemente da pele.
Difícil é explicar que pretos e pardos são a maioria dos desempregados do Brasil, ganham menos, ocupam vagas piores e têm menos estabilidade no emprego.
Juntando essas pontas, a literatura floresce."
Bruno Molinero | Era outra vez | FSP 20.11.2017
Jornalista e editor com experiência em cultura,
literatura, mercado editorial, comportamento e turismo.
"As cores do Mauricio vêm de uma mão que alegremente visita culturas. Ver seus traços revelando de forma poética culturas indígenas, mestiça ou afro-brasileira, com ludicidade e força, é encantador. Suas mãos navegam pelas cores como um barco generoso, que não se furta a acolher verdadeiramente aquilo que retrata.
Este olhar sincero, quando se trata de cor, ajuda a combater preconceitos, despertar afetos, mudar certos pensamentos e informar; E como é bom que esteja falando de gente de cor e da cor da gente!”
Lázaro Ramos
ator, apresentador, escritor e cineasta brasileiro.
texto de quarta capa | Gente de cor cor de gente
Contos, cantos, encantos e recantos
Mauricio Negro
Contos, cantos, encantos e recantos é um breve ensaio de Mauricio negro, publicado entre as interfaces de diversos autores, no livro Contação de Histórias: tradição, poética e interfaces, organizado por Fábio Henrique Nunes Medeiros e Taiza Mara Rauen e publicado pelo Sesc Edições em 2015.
Pela força da palavra, a narrativa oral transmite tradições e abre caminhos para sentir e experienciar a realidade, estimulando a reflexão e o desenvolvimento do olhar crítico sobre o mundo. Esta coletânea apresenta um panorama sobre a contação de histórias, com ensaios teóricos, verbetes e depoimentos de escritores, estudiosos, professores, educadores, atores e contadores. Dividida em três eixos temáticos – tradição, poética e interfaces –, a obra aborda da tradição oral à relação da prática de contar histórias com outras linguagens artísticas, procurando, assim, registrar e tornar alvo de discussões, estudos e difusão essa poderosa técnica capaz de despertar o interesse pela narrativa e pela leitura.
Contos, cantos, encantos e recantos is a brief essay by Mauricio Negro, published among the interfaces of several authors, in the book Contação de Histórias: tradition, poetics and interfaces, organized by Fábio Henrique Nunes Medeiros and Taiza Mara Rauen and published by Sesc Edições in 2015.
Through the power of words, oral narrative transmits traditions and opens ways to feel and experience reality, stimulating reflection and the development of a critical view of the world. This collection presents an overview of storytelling, with theoretical essays, entries and testimonies from writers, scholars, teachers, educators, actors and tellers. Divided into three thematic axes – tradition, poetics and interfaces – the work addresses oral tradition and the relationship between the practice of telling stories and other artistic languages, thus seeking to record and make the subject of discussions, studies and dissemination of this powerful technique capable of awaken interest in narrative and reading.
JURUPARI | CONTES DU BRÉSIL
Escrita em francês por mauricio negro, JURUPARI é uma livre adaptação da narrativa tradicional do povo tukano (Ye'pâ-masa), revivida nos rituais de iniciação, sob símbolos de morte, renascimento e regeneração. De início, os meninos são pintados de preto e cerimonialmente "mortos" com doses de rapé de tabaco. após renascerem no rio, são mantidos em reclusão como bebês recém-nascidos, então emergem para serem pintados de vermelho.
conforme o ritual, na forma de anaconda, Jurupari (Yurupari) engole, digere e mantém os novatos em sua barriga. Após o período de reclusão, ele os vomita como ossos e os devolve. Como punição, é atirado ao fogo pelos pais. Mas ele não morre. sua alma sobe ao céu e uma palmeira nasce de suas cinzas, simbolizando as frutas da floresta e a matéria-prima dos instrumentos Yurupari.
JURUPARI é um dos recontos de autores diferentes, ilustrados por Daniela Cytryn e reunidos por Pascale Fontaine no livro CONTES DU BRÉSIL, publicado pela Éditions Reflets d'ailleurs em 2012, na coleção Tam Tam, que traz informações aos jovens leitores franceses sobre aspectos culturais, tradições, paisagens e expressões indígenas, africanas e europeias que compõem o brasil.
Written in French by Mauricio Negro, JURUPARI is a free adaptation of the traditional narrative of the Tukano people (Ye'pâ-masa), revived in initiation rituals, under symbols of death, rebirth and regeneration. Initially, the boys are painted black and ceremonially "killed" with doses of tobacco snuff. After being reborn in the river, they are kept in seclusion like newborn babies, then emerge to be painted red.
as per the ritual, in the form of anaconda, Jurupari (Yurupari) swallows, digests and keeps the fledglings in its belly. After the period of seclusion, he vomits them like bones and returns them. As punishment, he is thrown into the fire by his parents. But he doesn't die. His soul ascends to heaven and a palm tree grows from his ashes, symbolizing the fruits of the forest and the raw material for Yurupari instruments.
JURUPARI is one of the stories by different authors, illustrated by Daniela Cytryn and brought together by Pascale Fontaine in the book CONTES DU BRÉSIL, published by Éditions Reflets d'ailleurs in 2012, in the Tam Tam collection, which brings information to young French readers about cultural aspects, traditions, landscapes and indigenous, African and European expressions that make up Brazil.
POR FORA BELA VIOLA
2020_PNLD Literário Selection | MEC-FNDE
2015_FNLIJ Highly Recommended | retelling
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Por fora bela viola (SM educação) reúne, conforme indica seu subtítulo, “fabuletas velhuscas e anedotas velhacas”. O autor, oferecendo aos leitores o sabor da linguagem e da entonação ítalo-paulistana de seus bisavós, reconta três fábulas da tradição italiana e quatro anedotas. As narrativas são antigas e atuais, além de universais, como a velhacaria. Ao combinar concisamente fantasia, realismo e comicidade na representação do egoísmo humano, os textos ilustram o título, apontando para a necessidade de desconfiar das aparências e de respeitar os outros.
Com base nas lembranças do avô materno, especialmente de suas histórias e expressões de entonação ítalo-paulistana, Mauricio Negro recria antigas fábulas populares italianas e reconta anedotas, cujo forte das protagonistas não são, nem de longe, as virtudes morais. Aparentemente cândidas, ingênuas ou simpáticas, no fundo elas escondem um tanto de mesquinharia, interesse ou maldade. são histórias ilustradas ambíguas e divertidas, recontadas com sotaque, humor e gesticulação.
Por fora bela viola (the beautiful viola outside) brings together, as its subtitle indicates, “old fables and old jokes”. The author, offering readers a taste of the Italian-São Paulo language and intonation of his great-grandparents, retells three fables from the Italian tradition and four anecdotes. The narratives are old and current, as well as universal, like trickery. By concisely combining fantasy, realism and comedy in the representation of human selfishness, the texts illustrate the title, pointing to the need to distrust appearances and respect others.
Based on memories of his maternal grandfather, especially his stories and expressions of Italian-São Paulo intonation, Mauricio Negro recreates old popular Italian fables and retells anecdotes, the protagonists' strengths of which are not, by far, moral virtues. Apparently candid, naive or friendly, deep down they hide a bit of pettiness, interest or evil. they are ambiguous and entertaining illustrated stories, retold with accent, humor and gesticulation.
Based on memories of his maternal grandfather, especially his stories and expressions of Italian-São Paulo intonation, Mauricio Negro recreates old popular Italian fables and retells anecdotes, the protagonists' strengths of which are not, by far, moral virtues. Apparently candid, naive or friendly, deep down they hide a bit of pettiness, interest or evil. they are ambiguous and entertaining illustrated stories, retold with accent, humor and gesticulation.
“Mauricio Negro é um autor com grande capacidade de combinar textos e imagens, transportando-nos para o maravilhoso universo da contação de histórias. Como ilustrador dá face ao imaginário ao manusear expressões de diferentes tradições. Como fabulista ele faz novas versões e estabelece múltiplas conexões entre ideias, processos, coisas.
Não só revive o humor insólito que marca a anedota italiana, como recorre a antigos contos populares da Itália e, assim como acontece no mundo das fábulas, os reconta aclimatando-os dias de hoje. Para tanto, evoca provérbios, usos e costumes e, sobretudo, pontua texto e imagem com italianismos e gestos típicos. Atua a intertextualidade num mundo de transformações e transfigurações."
Ana Maria Belluzzo | Era outra vez | FSP 20.11.2017
Crítica de arte, pesquisadora e curadora independente
Uma anedota é uma historieta engraçada sobre um episódio real ou imaginário. Já “velhaco” é o mesmo que enganador, trapaceiro, patife. Ou seja, as quatro anedotas do livro (numeradas com algarismos romanos) são histórias divertidas envolvendo indivíduos que se prestam a enganar outros para obter vantagens. Considerando que os protagonistas são idosos, o autor vai contra a imagem convencional de que essas pessoas são sempre sérias e bondosas, e a comicidade é construída justamente a partir da velhacaria de velhinhos que aparentam ser ingênuos e corretos, mas agem com malícia, esperteza, de maneira torta.
An anecdote is a funny story about a real or imaginary episode. “Rogue” is the same as deceiver, cheater, scoundrel. In other words, the four anecdotes in the book (numbered with Roman numerals) are fun stories involving individuals who deceive others to obtain advantages. Considering that the protagonists are elderly, the author goes against the conventional image that these people are always serious and kind, and the comic is constructed precisely from the trickery of old people who appear to be naive and correct, but act with malice, cunning, in a crooked way.
Logo Na primeira anedota, deparamos com a solicitude da avó: pronta a receber o neto e a namorada, ela explica os pormenores de como tocar a campainha do seu apartamento. Porém, a solicitude vem do fato de esperar que o neto chegue carregado de coisas: “Ma quê! Tão vindo de món abanando?” (p. 9). Em poucas linhas, com a conjunção adversativa (“Ma che!”) e o gesto indignado e apelativo da ilustração, ambos tipicamente italianos, o leitor apreende a linha de pensamento da mulher: a campainha deve ser tocada com o cotovelo porque é de bom-tom as mãos das visitas estarem ocupadas com presentes, comidas, bebidas etc.
o filósofo francês Henri Bergson (1859-1941) elenca e analisa formas, gestos, situações e procedimentos que o provocam, apontando como a comédia pode ter início quando se combinam a “insociabilidade da personagem” e a “insensibilidade do espectador”, e o outro “deixa de nos comover”. para o autor, o riso quer corrigir o rígido, o estereótipo e o automatismo, que se opõem à liberdade.
In the first anecdote we come across the grandmother's concern: ready to welcome her grandson and his girlfriend she explains the details of how to ring the doorbell to her apartment. However the solicitude comes from the fact of waiting for the grandson to arrive loaded with things: “But what? Are you coming empty-handed?” (p. 9). In a few lines, with the adversative conjunction (“ma che!”) and the indignant and appealing gesture of the illustration, both typically Italian, the reader understands the woman's line of thought: the bell should be rung with the elbow because it is good-keep visitors' hands busy with gifts, food, drinks, etc.
Nas ilustrações muitos sentidos podem ser depreendidos do humor e mesmo da intriga. Na capa, por exemplo, há o típico gesto da velhota, que beija a ponta dos dedos; na quarta capa a trança escapa como uma cobra do seu coque bem-comportado, SOB A forma de UMA linguiça. A figura da Medusa é evocada, dissimulada nos tentáculos de um polvo em sentido figurado (p. 29) para expressar o caráter duvidoso das boas velhinhas em questão (por conta de sua esperteza ou cobiça).
Com relação À paleta CROMÁTICA, as cores remetem À culinária TRADICIONAL ITALIANA. o amarelo naturalmente LEMBRA A massa, A farinha, o queijo, o Pão e o azeite. O vermelho faz menção ao molho ao sugo, À pimenta, Às carnes e embutidos. POR SUA VEZ, O preto TEM A VER com as panelas, com a grelha, A FUMAÇA e O carvão. TODAS AS ilustrações resultam DE monotipias IMPRESSAS SOBRE PAPEL REAPROVEITADO, PRODUZIDAS com tinta de gravura e matrizes de isopor DE bandejas de frios.
In the illustrations many meanings can be inferred from the humor and even the intrigue. On the cover, for example, there is the typical gesture of the old lady, who kisses the fingertips; in the fourth cover the braid escapes like a snake from its well-behaved bun IN THE FORM OF A sausage. The figure of Medusa is evoked, disguised in the tentacles of an octopus in a figurative sense (p. 29) to express the dubious character of the good old ladies in question (due to their cunning or greed).
Regarding THE CHROMATIC palette, the colors refer to TRADITIONAL ITALIAN cuisine. yellow naturally REMINDS THE dough, The flour, the cheese, the Bread and the olive oil. The red refers to the sugo sauce, the pepper, the meat and sausages. IN TURN, THE black HAS TO DO WITH THE PANS, THE GRILL, THE SMOKE AND THE COAL. ALL illustrations are the result of monotypes PRINTED ON REUSED PAPER, PRODUCED with engraving ink and styrofoam matrices OF cold trays.
JÓTY, O TAMANDUÁ
2012_finalist | 1st Continental Biennial of Contemporary Indigenous Arts | National museum of Popular cultures, México City
A sabedoria sempre acompanha o povo Kaingáng, que descende de duas metades criadoras diferentes: Kanhru e Kamé. Uma dessas metades rege o Sol e todas as criaturas do dia. E a outra, a Lua e todos os seres da noite. Para que a vida faça sentido, os opostos devem se unir. Por isso, tempos atrás, os Kaingáng decidiram juntar as suas metades. e assim, os Casamentos aconteceram. Ninguém queria ficar incompleto. Mas, faltou festa!
> Clique aqui para ouvir uma versão por Cristiana Ceschi
> clique aqui Para ouvir o depoimento de Vãngri Kaingáng
> clique aqui Para ouvir o depoimento de Vãngri Kaingáng
Os Kaingáng mantém conhecimentos sobre suas origens, plantas e animais. Neste Jóty, o Tamanduá, os autores-ilustradores Vãngri Kaingáng e Mauricio Negro recontam, por meio de palavras e ilustrações, como eles aprenderam os segredos do canto, da dança e da música para celebrar a união harmoniosa entre as metades exogâmicas.
um dos três mais numerosos povos indígenas do Brasil, os Kayngáng vivem em cerca de 46 Terras Indígenas, distribuídas em quatro estados brasileiros do sul e do sudeste, que representam apenas uma pequena parte de seus territórios tradicionais. Contatados já no séc. XVI, a partir do séc. XVIII suas terras foram cobiçadas e invadidas pelos europeus. Apesar disso, e das inúmeras pressões que ainda sofrem, este povo guerreiro tem feito o possível para preservar seus costumes, crenças, rituais, arte, mitos, saberes e identidade.
um dos três mais numerosos povos indígenas do Brasil, os Kayngáng vivem em cerca de 46 Terras Indígenas, distribuídas em quatro estados brasileiros do sul e do sudeste, que representam apenas uma pequena parte de seus territórios tradicionais. Contatados já no séc. XVI, a partir do séc. XVIII suas terras foram cobiçadas e invadidas pelos europeus. Apesar disso, e das inúmeras pressões que ainda sofrem, este povo guerreiro tem feito o possível para preservar seus costumes, crenças, rituais, arte, mitos, saberes e identidade.
Wisdom always accompanies the Kaingáng people who descend from two different creative halves: Kanhru and Kamé. One of these halves rules the Sun and all creatures of the day. And the other rulers the Moon and all the beings of the night. For life to make sense opposites must come together. That's why some time ago the Kaingáng decided to bring their halves together. and so, the marriages took place. Nobody wanted to be incomplete. But there was no party!
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The Kaingáng maintain knowledge about their origins, plants and animals. In this Jóty, o Tamanduá (Jóty, the Anteater), author-illustrators Vãngri Kaingáng and Mauricio Negro recount through words and illustrations how they learned the secrets of singing, dancing and music to celebrate the harmonious union between exogamous halves.
One of the three most numerous indigenous peoples in Brazil the Kayngáng live in more than thirty Indigenous Lands, distributed across four Brazilian states in the south and southeast, which represent only a small part of their traditional territories. Contacted already in the century. XVI, from the century. XVIII its lands were coveted and invaded by Europeans. Despite this, and the countless pressures they still suffer, these warrior people have done their best to preserve their costumes, implications, rituals, art, myths, knowledge and identity.
As ilustrações desta história tradicional derivam de quatro telas pintadas com tinta acrílica pelos autores, ao vivo, durante uma performance artística na Feira de Literatura Indígena de Mato Grosso (FLIMT), em 2009. Outros elementos visuais, como os grafismos tradicionais Kaingáng e alguns adereços confeccionados por Vãngri Kaingáng, também foram customizados no projeto gráfico e nas ilustrações. Inaugurando a Coleção Muiraquitãs da Global Editora, JÓTY, O TAMANDUÁ, oferece aos leitores algumas informações básicas sobre a cultura Kaingáng e suas perspectivas tradicionais inspiradoras sobre a vida, a natureza e a música.
The illustrations for this traditional story come from four acrylic paints on canvas by the co-authors. They were made in real time during an artistic performance at the Mato Grosso Indigenous Literature Fair (FLIMT), in 2009. Other visual elements, such as traditional Kaingáng graphic patterns and some Vãngri Kaingáng's artifacts were customized in the graphic design and illustrations. JÓTY, O TAMANDUÁ (Jóty, the anteater) inaugurated Global Editora's Muiraquitãs Collection. The book offers readers some background information about Kaingáng culture and their inspiring traditional perspectives on life, nature and music.
A PALAVRA DO GRANDE CHEFE
2009_Finalist | 1º CJ PICTURE BOOK FESTIVAL | KCul | KOREA
2009_EXHIBITION AND CATALAGUE: 22ª Bienal de Ilustração de Bratislava
2009_FNLIJ SELECTION | 46th Bologna Children's Book Fair
2009_EXHIBITION AND CATALAGUE: 22ª Bienal de Ilustração de Bratislava
2009_FNLIJ SELECTION | 46th Bologna Children's Book Fair
Corria o ano de 1854 quando o presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce, fez uma oferta aos povos indígenas Duwamish e Suquamish para comprar grande parte de seus territórios. Oferecia, em contrapartida, a concessão de uma outra reserva. A resposta do líder Noah Sealth, mais conhecido como Chief Seattle, ao Grande CHEFE de Washington, transformou-se em um documento valiosO QUE ainda hoje impressiona e emociona pela SUA ATEMPORALIDADE. Nesta publicação da Global Editora, Daniel MuNduruku e Mauricio Negro recuperam e reelaboram as palavras visionárias do grande líder por meio de uma narração em primeira pessoa, ilustrada com pirogravuras sobre madeira vermelha, semelhante ao cedro sob o qual os povos ORIGINários da costa noroeste da América do Norte entalham e gravam à fogo seus totens, canoas e utensílios.
It was 1854 when United States President Franklin Pierce made an offer to the Duwamish and Suquamish indigenous peoples to purchase much of their territories. In return, he offered to grant another reservation. The response of leader Noah Sealth, better known as Chief Seattle, to the Grand BOSS of Washington, became a valuable document WHICH still impresses and moves today due to ITS TIMELINESS. In this publication by Global Editora, Daniel MuNduruku and Mauricio Negro recover and rework the visionary words of the great leader through a first-person narration, illustrated with pyrography on red wood, similar to the cedar under which the people of the northwest coast of America of the North carve and engrave their totems, canoes and utensils.
“A terra não pertence ao homem. O homem a terra pertence. E tudo está interligado, como o sangue que une uma família. O que atinge a terra atinge os filhos da terra. Pois não foi o homem que teceu a trama da vida. Ao contrário, por ela foi tecido. E o que fizer à trama fará a si próprio.”
“earth does not belong to us. we belongs to earth. And everything is interconnected, like the blood that binds a family. What hits the earth hits the earth's children. Because it was not human beings who wove the fabric of life. On the contrary, we were woven by Mother Earth. And what we do to the fabric, we do to ourselves.”
A PALAVRA DO GRANDE CHEFE FOI Lançado Na Feira do Livro Indígena de Mato Grosso (FLIMT), uma realização da Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação, Unemat e Funai. O evento foi importante para a visibilidade da chamada literatura indígena, com lançamentos de livros, contação histórias, oficinas, palestras, encontroS COM autores de diversas etnias, pinturas corporais e saraus LITERários.
A PALAVRA DO GRANDE CHEFE (The Grand Chief's speech) WAS LAUNCHED AT the Mato Grosso Indigenous Book Fair (FLIMT), organized by the Secretariat of State for Culture, in partnership with the Secretariat of State for Education, Unemat and Funai. The event was important for the visibility of so-called indigenous literature, with book launches, storytelling, workshops, lectures, meetings WITH authors of different ethnicities, body painting and LITERARY soirées.
QUEM NÃO GOSTA DE FRUTA É XAROPE
2007_EXHIBIT + CATALOG: 21ª Bienal de Ilustração de Bratislava
2007_editorial honorable mention | XV SIDI | Porto Alegre
2007_FNLIJ Selection | 44th Bologna Children's Book Fair
2007_editorial honorable mention | XV SIDI | Porto Alegre
2007_FNLIJ Selection | 44th Bologna Children's Book Fair
QUEM Não gosta de fruta é xarope é o primeiro livro inteiramente ilustrado com pirografia SOBRE PAPEL PARANÁ E MADEIRA, realizado PELO autor no seu retorno ao BRASIL, logo após uma temporada de PESQUISA E residência em Paris, na frança. O poema É fruto de sua reflexão sobre identidade e alteridade, estimulado pela experiência no exterior e saudoso pela oralidade, musicalidade e diversidade biocultural brasileira.
para ilustrar a obra Foi deliberada a opção por materiais alternativos, ecológicos e reaproveitados em busca de uma linguagem mais adiante aprimorada em outros projetos, com o acrÉSCIMO DE recursos e pigmentos orgânicos, tais como SUMO DE FRUTAS, CASCA DE CEBOLA, óleo de nogueira, cúrcuma, café, areia ou ARGILA. nas ilustrações OS TONS vermelhos são Da pasta de URUCU produzida PELO POVO Ashaninka, DO ACRE.
QUEM Não gosta de fruta é xarope is the first book entirely illustrated with pyrography ON PARANÁ PAPER AND WOOD, created BY THE author upon his return to BRAZIL right after a season of RESEARCH AND residence in Paris, France. The poem is the result of his reflection on identity and otherness, stimulated by his experience abroad and nostalgic for orality, musicality and Brazilian biocultural diversity.
to illustrate the work, the option for alternative, ecological and reused materials was decided upon in search of a language that would be further improved in other projects, with the addition of organic resources and pigments, such as FRUIT JUICE, ONION PEEL, walnut oil, turmeric, coffee, sand or CLAY. THE RED TONES in the illustrations come from URUCU paste produced BY THE ASHANINKA PEOPLE, FROM ACRE.
O livro apresenta, na forma de um poema bem-humorado, recitado com malícia e suíngue por um feirante, uma infinidade de frutas nacionais, tropicais ou mesmo aclimatadas. As pirogravuras louvam a diversidade botânica, paisagística, geográfica, biológica, histórica e cultural brasileira, ao mesmo tempo em que a obra também revela preocupação com o consumo, massificação, colonização e globalização.
The book presents itself in the form of a humorous poem, recited with malice and swing by a market trader, a multitude of national, tropical or even acclimatized fruits. The pyrographic illustrations praises Brazilian botanical, landscape, geographic, biological, historical and cultural diversity, at the same time that the work also reveals a concern with consumption, massification, colonization and globalization.
ZUM ZUM ZUM
2005_PNLD-SP selection | MEC-FNDE
2005_FNLIJ selection | 42th Bologna Children's Book Fair
2004_FNLIJ Highly Recommended | Picture Book
2005_FNLIJ selection | 42th Bologna Children's Book Fair
2004_FNLIJ Highly Recommended | Picture Book
Norte, sul, leste ou oeste. este ZUM ZUM ZUM corre insinuante por todos os lados. Começa com um simples zumbido e ele vai tomando forma conta do ouvido, abrindo as portas da mente. Tem uns que dizem que é assim. Outros dizem que é assado. Tem também quem insista, mas para o Zum Zum Zum, no fundo, o que conta é ponto de vista. então, que cresça e apareça, seja ele um dragão, uma serpente encantada ou um pavoroso monstro de sete cabeças. afinal de contas, Se não fosse o Zum Zum Zum o que a gente teria inventado?
Zum Zum Zum is that constant buzz that fuels our conversations, our ideas, our dreams. It's the essence of creativity, the spark that ignites the imagination, opening the doors of the mind. There are some who say that's how it is. Others say it is roasted. There are also those who insist, but for Zum Zum Zum, deep down, what counts is the point of view. then let it grow and appear, be a dragon, an enchanted serpent or a terrifying seven-headed monster. After all, if it weren't for Zum Zum Zum, what would we have invented?
BALAIO DE GATO
2001_PNLD-SP SELECTION | MEC-FNDE
2001_FNLIJ SELECTION | 38th FNLIJ's Selection Bologna Children's Book FaiR
2000_FNLIJ Highly Recommended for Children
2001_FNLIJ SELECTION | 38th FNLIJ's Selection Bologna Children's Book FaiR
2000_FNLIJ Highly Recommended for Children
Segundo tÍTULO da Coleção Zooterapia publicado pela GlobaL, BALAIO DE GATO traz um desfile de admiráveis gatos e suas aspirações mais felinas na ponta da língua: Personalidade, autonomia, classe social, raça, pontos de vista, segredos, medos, belezas, destrezas e ambiguidades, que se confundem com a nossa própria sombra.
Second TITLE of the Zooterapia Collection published by GlobaL, cat's cradle brings a parade of admirable cats and their most feline aspirations at the tip of your tongue: Personality, autonomy, social class, race, points of view, secrets, fears, beauties, skills and ambiguities , which are confused with our own shadow.
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Um balaio sem fundo
"Grandes ilustrações, textos pequenos: eis a primeira impressão que nos dá o BALAIO DE GATO de Mauricio Negro, artista gráfico, autor e ilustrador, nascido em São Paulo. Obra publicada pela editora Global, em 2000, que traz, lá no fundo, desafios que você nem imagina! Mauricio Negro faz poesia moderna, intertextual, imagética, apropriando-se da linguagem televisiva, video-clipes, histórias reais, atualidades do país e do mundo... para falar de gatos - comparando-os a seres humanos, tramando relações do comportamento e da cultura do homem com o animal.
Folheando as páginas do livro, mesmo que superficialmente, percebe-se diversas referências de fácil identificação. Porém é preciso estar bem atento para as armadilhas de autor: o jogo que ele faz com as palavras, os recursos de linguagem texto&imagem, a mistura de histórias, tudo provoca uma certa confusão em nossa mente. Muitas vezes, o que pensamos não é exatamente o que pensamos... ou é muito mais do que aquilo que pensamos numa primeira leitura.
Atenção para a capa: o que ela nos mostra? o que o título diz? o que imagens e recursos gráficos querem nos dizer? Balaio de gato é uma expressão popular bem conhecida para indicar “confusão”. Prepare-se! A cor preta da capa até poderia ser associada a essa mixórdia de coisas e também a uma certa dose de superstição... No texto de apresentação, Mauricio Negro fala das relações que as pessoas nutrem com os gatos, principalmente gatos pretos: considerados na antiguidade como um tipo de talismã para trazer sorte, hoje tornaram-se sinônimo de azar. De quem? Seu, nosso: o livro revela ser um gato preto e a capa __ sua cara. Pode-se ver um olho grande de gato e, dentro desse olho, vários gatos misturados. Olho-balaio, confusão à vista. Quem seriam? Gatos e gatas, desconhecidos ou famosos... Se olhamos para dentro desse olho de gato, o que vemos enfim é nosso próprio reflexo: somos assim transformados em leitores-gatos, gatunos da leitura! Ainda na capa do livro, outro gracejo do autor que assina seu nome como “MIAUricio Negro”. O recurso: um trocadilho com as letras de seu nome...
A obra resgata vários tipos de gatos existentes. Negro não só coleciona diferentes perfis, mas também relaciona e correlaciona esses gatos uns com os outros. Sempre apresentados aos pares, o autor escreve/ilustra sobre um desses animais numa página do livro e, ao lado, oferece sua comparação com outro, por contraste ou aproximação de semelhanças que se dão ora no nível da imagem apresentada, ora no jogo semântico e/ou sonoro das palavras que escolhe para cada breve descrição. Não só balaio, mas tramando uma verdadeira cama-de-gato, o autor cruza velozmente muitos fios para uma expressão cheia de novidade e surpresa.
O diálogo com alguns contos tradicionais infantis, por exemplo, é feito de maneira leve, divertida e moderna. A criança de hoje, mesmo ligada à tecnologia, não teria grandes dificuldades em identificar algumas dessas referências intertextuais mescladas com ícones da cultura pop e cores do apelo publicitário.
“Pierre é um gato de botas.
Cindy é uma gata borracheira”.
O leitor de qualquer idade, sensível ao espírito lúdico, certamente encontrará graça no modo como Negro atualiza e proprõe um encontro entre o Gato de Botas e a Gata Borralheira... ambos os personagens fazem parte da coletânea de histórias de Perrault, autor francês __ e Mauricio adota um nome francês para sua versão do velho gato, talvez para que o leitor evoque o nome do escritor e seu país de origem, o que exige um repertório mais apurado a fim de reconhecer esses links intertextuais. Mas, há muito mais: um intertexto acaba virando vários intertextos e comparações... o nome Cindy é um diminutivo de Cinderella, a gata borralheira, mas também é o nome de uma famosa modelo internacional: a gata Cindy Crawford! Sim... e o autor nos deixa uma pista pertinente a esse respeito: uma pinta acima do bigode da gata borracheira igual a pinta que a linda modelo tem acima dos lábios, no lado esquerdo (sem contar a pose sexy que Cindy ostenta, como uma verdadeira "garota da calendário" dependurada na parede da borracharia). Gata borracheira, verdadeiramente não (viva o trocadilho sonoro, a paronomásia) mas gato borracheiro, com suas botas de grossa borracha, sim: os olhos de Pierre estão completamente vidrados na imagem da gata em sua oficina mecânica.
“Maysa, que gata mansa!
Mas cuidado, o gato dela é uma pilha. E avança!
Neste outro par de versos, a semelhança sonora é evidente. São rimas externas. Além disso, um trocadilho com o nome de duas cantoras brasileiras: a eterna Maysa e Marisa Gata Mansa. E a gata, muito branca, muito mansa, superciliosa, aparece deitada em sua almofada. Seus olhos estão voltados para a página seguinte, para o gato que é uma pilha! Se o verbal nos dá a idéia de um gato muito nervoso, vemos exatamente um gato musculoso com uma curiosa tatuagem no braço: um cão nocauteado, logo acima da expressão dura lex sede rex, como uma paródia do ditado latino ;-) no entanto, esse gato é um retrato estampado em uma pilha chamada Every Cat __ Mauricio Negro intertextualiza a forma do anúncio publicitário da pilha Eveready, a famosa pilha do gato... Olha a salada feita pelo autor, é de pirar qualquer cabeça!
“Miles é o negro gato.
Davis é um gato preto.”
No livro também, o autor dialoga com a canção “Negro gato”, eternizada por Roberto Carlos, e brinca com o nome do multi-instrumentista do jazz Miles Davis. A ilustração mostra Miles como o negro gato, um trompetista de calças listradas, suéter vermelho, boina amarela, anel no dedo mindinho, um charme de artista. Ele aparece como se estivesse na capa de um disco do selo Glue Note, trocadilho com o nome da gravadora especializada em jazz Blue Note... Já Davis é um gato preto e talvez, por esse motivo, um gato indesejado por trazer má sorte; sua imagem é um pouco sinistra e confusa: é como se fosse a própria sombra de Miles projetada sobre um piano vermelho. As teclas pretas são dedos de gato e toda sombra se curva numa atitude suspeita como se estivesse para arranhar o trompetista pelas costas! Assim, parece mesmo que Miles, o negro gato, foge de Davis, o gato preto... No jogo com as palavras, o escritor utilizou duas locuções verbais que se parecem iguais, mas não têm o mesmo significado, a não ser no sentido denotativo.
“Bill Gatos brinca com o mouse.
Fellini tem uma doce vida.”
Mauricio Negro intertextualiza a informática e o cinema, e outros dois perfis são curiosamente contrastados. Bill Gates, o homem da tecnologia, vira Bill Gatos e aparece "preso" dentro da tela do computador __ e, contrariando o texto, não pode assim brincar com o mouse, que tem a forma de um ratinho-robô... Será o mouse quem fará gato-e-sapato com o Gates aprisionado no mundo virtual (não estaria aqui um desejo confesso de todo usuário da informática?). Por sua vez, o famoso diretor italiano Frederico Fellini só poderia ser um gordo Fellini-gato. Dirigindo uma centena de ratos, ninguém estranha, tem uma doce vida __ é ele quem verdadeiramente brinca com os ratos (Negro aqui intertextualiza o filme produzido pelo diretor, La dolce vita, de 1961).
“Pierre é um gato de botas.
Cindy é uma gata borracheira”.
O leitor de qualquer idade, sensível ao espírito lúdico, certamente encontrará graça no modo como Negro atualiza e proprõe um encontro entre o Gato de Botas e a Gata Borralheira... ambos os personagens fazem parte da coletânea de histórias de Perrault, autor francês __ e Mauricio adota um nome francês para sua versão do velho gato, talvez para que o leitor evoque o nome do escritor e seu país de origem, o que exige um repertório mais apurado a fim de reconhecer esses links intertextuais. Mas, há muito mais: um intertexto acaba virando vários intertextos e comparações... o nome Cindy é um diminutivo de Cinderella, a gata borralheira, mas também é o nome de uma famosa modelo internacional: a gata Cindy Crawford! Sim... e o autor nos deixa uma pista pertinente a esse respeito: uma pinta acima do bigode da gata borracheira igual a pinta que a linda modelo tem acima dos lábios, no lado esquerdo (sem contar a pose sexy que Cindy ostenta, como uma verdadeira "garota da calendário" dependurada na parede da borracharia). Gata borracheira, verdadeiramente não (viva o trocadilho sonoro, a paronomásia) mas gato borracheiro, com suas botas de grossa borracha, sim: os olhos de Pierre estão completamente vidrados na imagem da gata em sua oficina mecânica.
“Maysa, que gata mansa!
Mas cuidado, o gato dela é uma pilha. E avança!
Neste outro par de versos, a semelhança sonora é evidente. São rimas externas. Além disso, um trocadilho com o nome de duas cantoras brasileiras: a eterna Maysa e Marisa Gata Mansa. E a gata, muito branca, muito mansa, superciliosa, aparece deitada em sua almofada. Seus olhos estão voltados para a página seguinte, para o gato que é uma pilha! Se o verbal nos dá a idéia de um gato muito nervoso, vemos exatamente um gato musculoso com uma curiosa tatuagem no braço: um cão nocauteado, logo acima da expressão dura lex sede rex, como uma paródia do ditado latino ;-) no entanto, esse gato é um retrato estampado em uma pilha chamada Every Cat __ Mauricio Negro intertextualiza a forma do anúncio publicitário da pilha Eveready, a famosa pilha do gato... Olha a salada feita pelo autor, é de pirar qualquer cabeça!
“Miles é o negro gato.
Davis é um gato preto.”
No livro também, o autor dialoga com a canção “Negro gato”, eternizada por Roberto Carlos, e brinca com o nome do multi-instrumentista do jazz Miles Davis. A ilustração mostra Miles como o negro gato, um trompetista de calças listradas, suéter vermelho, boina amarela, anel no dedo mindinho, um charme de artista. Ele aparece como se estivesse na capa de um disco do selo Glue Note, trocadilho com o nome da gravadora especializada em jazz Blue Note... Já Davis é um gato preto e talvez, por esse motivo, um gato indesejado por trazer má sorte; sua imagem é um pouco sinistra e confusa: é como se fosse a própria sombra de Miles projetada sobre um piano vermelho. As teclas pretas são dedos de gato e toda sombra se curva numa atitude suspeita como se estivesse para arranhar o trompetista pelas costas! Assim, parece mesmo que Miles, o negro gato, foge de Davis, o gato preto... No jogo com as palavras, o escritor utilizou duas locuções verbais que se parecem iguais, mas não têm o mesmo significado, a não ser no sentido denotativo.
“Bill Gatos brinca com o mouse.
Fellini tem uma doce vida.”
Mauricio Negro intertextualiza a informática e o cinema, e outros dois perfis são curiosamente contrastados. Bill Gates, o homem da tecnologia, vira Bill Gatos e aparece "preso" dentro da tela do computador __ e, contrariando o texto, não pode assim brincar com o mouse, que tem a forma de um ratinho-robô... Será o mouse quem fará gato-e-sapato com o Gates aprisionado no mundo virtual (não estaria aqui um desejo confesso de todo usuário da informática?). Por sua vez, o famoso diretor italiano Frederico Fellini só poderia ser um gordo Fellini-gato. Dirigindo uma centena de ratos, ninguém estranha, tem uma doce vida __ é ele quem verdadeiramente brinca com os ratos (Negro aqui intertextualiza o filme produzido pelo diretor, La dolce vita, de 1961).
Enfim, o autor deixa claro com esta obra que gosta de animais e, acima de tudo, das relações que estes animais podem estabelecer em nossas vidas. No livro quase todo, ele compara os gatos com pessoas famosas do mundo real. São 32 perfis de “gatos” e “gatas” que estão sempre em evidência em nossa cultura mas, além de conhecimento, precisamos ter certa dose de malícia para identificá-los. É preciso driblar as armadilhas feitas pelo autor e ilustrador, entrar em seu jogo que é dominado por trocadilhos sonoros, verbais e visuais, deslocamentos de referências, um redemoinho de idéias que transformam esse instigante balaio de gatos em um balaio sem fundo, sem fim..."
Jacqueline Cíntia Fernandes
Letras _Universidade Anhembi Morumbi
Peter O'Sagae
Autor, tradutor, pesquisador, crítico literário e professor
MUNDO Cão
1999_FNLIJ Young Basic Collection
Cão e circo! livro de estrEia da coleção Zooterapia, de cabo a rabo escrito e ilustrado PELO AUTOR, mundo cão exibe uma galeria de cachorros adoráveis revelando O seu lado mais pessoaL: Caráter, estilo de vida, classe social, raça, hábitos típicos, idades, intimidades e humanidades Para rir e refletir.
Dog and circus! Debut book from the Zooterapia collection – written and illustrated From beginning to end BY THE AUTHOR-illustrator – Mondo Cane displays a gallery of adorable dogs revealing their most personal side: Character, lifestyle, social class, race, typical habits, ages, intimacy and other humanities To laugh and also to reflect.