COLEÇÃO JOSÉ LINS DO REGO | JOSÉ lins do rego collection
all novels | todos os romances | josÉ lins do rego
book cover | capa de livro | Mauricio Negro
illustration | ilustração | Mauricio Negro
Global Editora, 2020-2023
Quarto ocupante da Cadeira 25, eleito em 15 de setembro de 1955, na sucessão de Ataulfo de Paiva e recebido pelo Acadêmico Austregésilo de Athayde em 15 de dezembro de 1956. José Lins do Rego Cavalcanti foi romancista e jornalista. Nasceu no Engenho Corredor, Pilar, PB, em 3 de junho de 1901, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 1957.
Filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti, fez os primeiros estudos no Colégio de Itabaiana, PB, no Instituto N. S. do Carmo e no Colégio Diocesano Pio X de João Pessoa. Depois estudou no Colégio Carneiro Leão e Osvaldo Cruz, no Recife. Desde então revelaram-se seus pendores literários. É de 1916, o primeiro contato com O Ateneu, de Raul Pompéia. Em 1918, aos 17 anos, José Lins travou conhecimento com Machado de Assis, através do Dom Casmurro. Desde a infância, já trazia consigo outras raízes, do sangue e da terra, que vinham de seus pais, passando de geração em geração por pessoas ligadas ao mundo rural do Nordeste açucareiro.

Fourth occupant of Chair 25, elected on September 15, 1955, succeeding Ataulfo de Paiva and received by Academician Austregésilo de Athayde on December 15, 1956. José Lins do Rego Cavalcanti was a novelist and journalist. He was born in Engenho Corredor, Pilar, PB, on June 3, 1901, and died in Rio de Janeiro, RJ, on September 12, 1957.
João do Rego Cavalcanti and Amélia Lins Cavalcanti's son, he studied at Colégio de Itabaiana, PB, Instituto N. S. do Carmo and Colégio Diocesano Pio X in João Pessoa. Afterwards he studied at Colégio Carneiro Leão and Osvaldo Cruz, in Recife. Since then his literary inclinations have been revealed. The first contact with O Ateneu, by Raul Pompéia, dates back to 1916. In 1918, aged 17, José Lins became acquainted with Machado de Assis, through Dom Casmurro. Since childhood, he already brought with him other roots, of blood and land, which came from his parents, passed down from generation to generation by people connected to the rural world of the sugar Northeast.
Passou a colaborar no Jornal do Recife. Em 1922 fundou o semanário Dom Casmurro. Formou-se em 1923 na Faculdade de Direito do Recife. Durante o curso, ampliou seus contatos com o meio literário pernambucano, tornando-se amigo de José Américo de Almeida, Osório Borba, Luís Delgado e Aníbal Fernandes. Sua amizade com Gilberto Freire, na volta em 1923 de uma  temporada de estudos universitários nos Estados Unidos, marcou novas influências no espírito de José Lins, através das ideias novas sobre a formação social brasileira.
Foi nomeado em 1925 promotor em Manhuçu, MG, lá não se demorando. Casado em 1924 com D. Filomena (Naná) Masa Lins do Rego, transferiu-se em 1926 para a capital de Alagoas, onde passou a exercer as funções de fiscal de bancos até 1930 e fiscal de consumo de 1931 a 1935. Em Maceió, tornou-se colaborador do Jornal de Alagoas e passou a fazer parte do grupo de Graciliano Ramos, Raquel de Queirós, Aurélio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco e Carlos Paurílio. Ali publicou o primeiro livro, Menino de engenho (1932), obra que se revelou de importância fundamental na história do moderno romance brasileiro. Além das opiniões elogiosas da crítica, sobretudo de João Ribeiro, o livro mereceu o Prêmio da Fundação Graça Aranha. Em 1933, publicou Doidinho, o segundo livro do “Ciclo da cana-de-açúcar”.

He started to collaborate in the Jornal do Recife. In 1922 he founded the weekly Dom Casmurro. He graduated in 1923 from the Recife Faculty of Law. During the course, he expanded his contacts with the Pernambuco literary milieu, becoming friends with José Américo de Almeida, Osório Borba, Luís Delgado and Aníbal Fernandes. His friendship with Gilberto Freire, on his return in 1923 from a period of university studies in the United States, marked new influences on José Lins' spirit, through new ideas about the Brazilian social formation.
In 1925, he was appointed prosecutor in Manhuçu, MG, and did not stay there for a long time. Married in 1924 to D. Filomena (Naná) Masa Lins do Rego, he moved in 1926 to the capital of Alagoas, where he began to work as bank inspector until 1930 and consumption inspector from 1931 to 1935. In Maceió, He became a collaborator for the Jornal de Alagoas and joined the group of Graciliano Ramos, Raquel de Queirós, Aurélio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco and Carlos Paurílio. There he published his first book, Menino de Engenho (1932), a work that proved to be of fundamental importance in the history of the modern Brazilian novel. In addition to the praiseworthy opinions of critics, especially João Ribeiro, the book was awarded the Graça Aranha Foundation Prize. In 1933, he published Doidinho, the second book of the “Sugarcane Cycle”.
“Quero me recordar, estar sempre me lembrando. É outra palavra que gosto de ver pegada à minha obra. Dizem que sou um homem que sirvo da memória. De fato, a saudade me tem dado o que há de belo nos meus romances.”​​​​​​​
“I want to remember, always remember. It is another word that I like to see attached to my work. They say I'm a man who serves from memory. In fact, nostalgia has given me what is beautiful in my novels.”
José Lins do Rego
Em 1935, já nomeado fiscal do imposto de consumo, José Lins do Rego transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a residir. Integrando-se plenamente no ambiente carioca, continuou a fazer jornalismo, colaborando em vários periódicos com crônicas diárias. Revelou-se, então, por essa época, a faceta esportiva de sua personalidade. Sofrendo e vivendo as paixões desencadeadas pelo futebol, o esporte de sua predileção, foi grande torcedor do Flamengo. Exerceu o cargo de secretário-geral da Confederação Brasileira de Desportos de 1942 a 1954.​​​​​​​
In 1935, already appointed tax inspector, José Lins do Rego moved to Rio de Janeiro, where he took up residence. Fully integrating himself into the Carioca environment, he continued to do journalism, collaborating in several periodicals with daily chronicles. Then, around that time, the sporty facet of his personality was revealed. Suffering and living the passions unleashed by football, his favorite sport, he was a great fan of Flamengo. He served as general secretary of the Brazilian Sports Confederation from 1942 to 1954.
"As literaturas que recebem contribuição popular são as vivas, as grandes. (...) São assim as literaturas que pretendem sobreviver. Terão que ligar-se às dores da terra. Terão que adotar as invenções e as descobertas do irmão-povo, se não se transformarão em pobres damas enfermiças, com medo do sol, da chuva, da vida. É na língua onde o povo mais se mostra criador. Mais do que cantando, é falando que o povo nos ensina coisas extraordinárias."​​​​​​​
"The literatures that receive popular contribution are the living ones, the great ones. (...) This is how the literatures that intend to survive. They will have to connect themselves to the pains of the earth. if they don't turn into poor sick ladies, afraid of the sun, the rain, life. It is in the language where the people show themselves to be most creative."

José Lins do Rego
Romancista da decadência dos senhores de engenho, sua obra baseia-se em memórias e reminiscências. Seus romances levantam todo um sistema econômico de origem patriarcal, com o trabalho semi-escravo do eito, ao lado de outro aspecto importante da vida nordestina, ou seja, o cangaço e o misticismo. 
O autor desejaria que a sua obra romanesca fosse dividida: “Ciclo da cana-de-açúcar”: Menino de engenho, Doidinho, Banguê, Fogo morto e Usina; “Ciclo do cangaço, misticismo e seca”: Pedra Bonita e Cangaceiros; “Obras independentes”: a) com ligações nos dois ciclos: O moleque Ricardo, Pureza e Riacho Doce; b) desligadas dos ciclos: Água-mãe e Eurídice.
Recebeu o Prêmio da Fundação Graça Aranha, pelo romance Menino de engenho (1932); o Prêmio Felipe d’Oliveira, pelo romance Água-mãe (1941), e o Prêmio Fábio Prado, pelo romance Eurídice (1947).

A novelist of the decadence of the plantation owners, his work is based on memories and reminiscences. His novels raise an entire economic system of patriarchal origin, with semi-slave work on the farm, alongside another important aspect of Northeastern life, that is, cangaço and mysticism. 
The author would like his novel to be divided: “Sugarcane Cycle”: Ingenuity Boy, Doidinho, Banguê, Dead Fire and Usina; “Cycle of cangaço, mysticism and drought”: Pedra Bonita and Cangaceiros; “Independent works”: a) with links in the two cycles: O moleque Ricardo, Pureza and Riacho Doce; b) disconnected from the cycles: Motherwater and Eurydice. 
He received the Graça Aranha Foundation Award, for the novel Menino de engenho (1932); the Felipe d'Oliveira Prize, for the novel Água-mãe (1941), and the Fábio Prado Prize, for the novel Eurídice (1947).
Zé Lins faz parte da Geração de 1930 do modernismo brasileiro. As obras desse período, os chamados romances de 1930, apresentam as seguintes características: neorregionalismo, neorrealismo, valorização do espaço narrativo, determinismo, enredos dinâmicos, linguagem simples, reflexão sobre o mundo contemporâneo, temática sociopolítica, liberdade no uso da linguagem, valorização da linguagem coloquial, olhar crítico e realista sobre a realidade brasileira, “cor local”: características culturais e geográficas e um engajamento político-ideológico. 
Zé Lins acompanhava com muito interesse a elaboração das ilustrações e capas dos seus romances, assinadas por artistas como Cândido Portinari, Cícero Dias, Luís Jardim, Eugênio Hirsch, Poty Lazzarotto. Entre os quais, sobretudo Tomás Santa Rosa merece especial destaque.
Santa Rosa inovou ao ampliar a ilustração e a cor chapada, que passou então a ocupar toda a capa. Deslocou a imagem, ainda contida em um quadrado, para a parte de cima. Manteve essa característica, desde os primeiros projetos, para conferir destaque ao título da obra, como elemento tipográfico mais alto na hierarquia.

Zé Lins is part of the 1930s generation of Brazilian modernism. The works of this period, the so-called 1930s novels, present the following characteristics: neoregionalism, neorealism, valorization of the narrative space, determinism, dynamic plots, simple language, reflection on the contemporary world, sociopolitical themes, freedom in the use of language, valorization of colloquial language, a critical and realistic look at the Brazilian reality, “local color”: cultural and geographic characteristics and a political-ideological engagement.
Zé Lins followed with great interest the elaboration of the illustrations and covers of his novels, signed by artists such as Cândido Portinari, Cícero Dias, Luís Jardim, Eugênio Hirsch, Poty Lazzarotto. Among which, in particular Tomás Santa Rosa deserves special mention.
Santa Rosa innovated by expanding the illustration and the flat color, which then took up the entire cover. He shifted the image, still contained in a square, to the top. He maintained this characteristic, from the first projects, to give prominence to the title of the work, as the highest typographic element in the hierarchy.
apresentação_Ancelmo Gois e Vera Barroso | TV BRASIL
"O mestre dos desenhos das capas passou a ser o maior intérprete de meus livros. As vinhetas de Santa RosaAs AAs AS Vinhetas de Santa Rosa resumiam a vida inteira de meus romances.”
"The master of the cover designs became the greatest interpreter of my books.
The Santa Rosa vignettes summed up the whole life of my novels.”
José Lins do Rego

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